Seminário de Políticas para Economia Criativa: G20 + Ibero-América – Uma Conexão de Ideias para o Futuro
Em um ambiente marcado pela troca de ideias e inovação, a Casa Firjan, em Botafogo, Rio de Janeiro, sediou um encontro focado no futuro das indústrias criativas na América Latina. O Seminário de Políticas para Economia Criativa: G20 + Ibero-América, organizado pelo Ministério da Cultura do Brasil em colaboração com a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), reuniu especialistas para discutir a importância da cultura e da criatividade no contexto atual.
O seminário, parte da programação paralela à reunião do Grupo de Trabalho de Cultura do G20, também realizada na capital carioca, se destacou como um espaço de diálogo para impulsionar o papel das economias criativas no desenvolvimento sustentável. Com a participação de figuras reconhecidas no cenário cultural latino-americano, o evento buscou promover discussões fundamentais sobre o impacto e o futuro do setor.
Lançamento da Política Nacional de Economia Criativa – “Brasil Criativo”
No Seminário, foram apresentadas as diretrizes da nova Política Nacional de Economia Criativa, batizada de “Brasil Criativo”, pela Ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes. Esse anúncio reafirma o compromisso do governo com a valorização da cultura e projeta um futuro promissor para o setor, que cada vez mais se consolida como uma força econômica global.
Debates e Reflexões – O Futuro das Indústrias Criativas
A programação do seminário foi rica em painéis e discussões sobre temas cruciais como inteligência artificial, direitos autorais, desenvolvimento sustentável, remuneração de artistas em plataformas digitais, e a integração entre tecnodiversidade e biodiversidade cultural. Especialistas, autoridades públicas, agentes culturais e membros da sociedade civil compartilharam experiências, analisaram desafios e vislumbraram oportunidades que podem impulsionar o crescimento do setor.
Destaques do Painel “Seminário de Políticas para Economia Criativa: G20 + Ibero-América”
Um dos momentos mais significativos foi o painel moderado por Andrea Guimarães, diretora de Desenvolvimento Econômico da Cultura do Ministério da Cultura do Brasil, com a participação da diretora do Rio2C, Cris Barreto, do diretor de Planejamento, Desenvolvimento e Inovação Cultural do Paraguai, Humberto López La Bella e da especialista em Gestão e Desenvolvimento de Projetos Culturais da Secretaria de Cultura da Argentina, Viviana Luna.
Esse painel proporcionou uma análise das indústrias criativas na América Latina, destacando casos de sucesso, estratégias inovadoras e os desafios que precisam ser superados para garantir um futuro próspero para o setor.
Reflexões sobre o Futuro e Impacto das Indústrias Criativas
Durante o painel, foram discutidos os desafios e oportunidades das indústrias criativas, com ênfase na importância das políticas públicas para garantir um crescimento sustentável. Cris Barreto destacou que, em 2023, o setor representou 3% do PIB global, movimentando 2,3 trilhões de dólares e empregando mais de 30 milhões de pessoas. No entanto, sublinhou a necessidade urgente de melhorar a infraestrutura e o suporte governamental, especialmente em economias emergentes como o Brasil, onde o setor carece de benefícios tributários e enfrenta desafios como a informalidade e a falta de integração nas cadeias produtivas.
Além disso, o painel reforçou a relevância de eventos setoriais, como o Rio2C, que não só geram negócios, mas também contribuem para a formulação de políticas públicas e o mapeamento de talentos. A discussão abordou ainda a importância de parcerias internacionais para o fortalecimento das indústrias criativas na América Latina e a adoção de novas tecnologias, como inteligência artificial e realidade aumentada, para impulsionar a inovação no setor.
Eventos como Motores da Economia Criativa
Cris Barreto reforçou o papel essencial dos eventos no mapeamento, conexão e impulsionamento do ecossistema criativo. Ela compartilhou a trajetória do Rio2C, que se consolidou como um evento fundamental para o setor ao entender a importância da transversalidade e do diálogo na expansão de negócios.
Além do Rio2C, outros eventos brasileiros de destaque foram citados, como o Festival do Rio, a Mostra de SP, as Bienais do Livro e de Arte, o Gamescom, o SP Fashion Week, e eventos regionais como Nordeste Lab, Max Minas e Sim SP, todos fundamentais para o desenvolvimento e amadurecimento de talentos e profissionais.
Políticas Públicas e Parcerias – Um Caminho para o Futuro
Os participantes do seminário foram unânimes em reconhecer a importância das políticas públicas para o fortalecimento das indústrias criativas. Incentivos fiscais, fundos de fomento e parcerias público-privadas foram apontados como essenciais para o desenvolvimento sustentável do setor.
Iniciativas como a Lei Aldir Blanc e o Programa de Desenvolvimento da Economia Criativa (PDE) são exemplos de como o governo brasileiro pode desempenhar um papel decisivo no crescimento e inovação do setor. Cris Barreto enfatizou ainda a necessidade de um ambiente regulatório que favoreça a competitividade e a internacionalização dos criadores brasileiros, destacando a urgência de um planejamento plurianual para a continuidade dos trabalhos.
Perspectivas e Desafios na América Latina
Viviana Luna, da Secretaria de Cultura da Argentina, destacou que o Festival de Cinema de Bariloche terá o Chile como país convidado e mencionou os desafios enfrentados pelos mercados criativos para fortalecer a relação entre o setor público e privado. Luna também sublinhou a importância de estreitar o vínculo com o mundo acadêmico para robustecer o mercado e garantir que os empresários enxerguem a indústria da Cultura como uma força econômica vital.
Humberto López La Bella, do Paraguai, enfatizou que, embora seu país tenha muitos mercados privados, o governo assumiu o compromisso de ser anfitrião do MITSUR 2026 em Assunção, sublinhando a importância do fortalecimento da relação público-privada para o crescimento do setor. López também chamou a atenção para a necessidade de valorizar e promover a cultura local para que essa riqueza possa ser continuamente apresentada ao mundo.
A Cultura como Pilar do Desenvolvimento
Viviana Luna e Humberto López La Bella, em suas falas, destacaram a importância de valorizar a cultura local e fortalecer a relação entre o setor público e privado, além de estreitar vínculos com o mundo acadêmico para robustecer o mercado. Ambos ressaltaram como a cultura pode ser uma força unificadora e uma vitrine para a riqueza cultural da região no cenário internacional.
Novidades para o Rio2C 2025
No encerramento do evento, a diretora Cris Barreto surpreendeu ao anunciar uma novidade para o Rio2C 2025: a inclusão do setor de moda, que desempenha um papel essencial na construção da identidade cultural de uma nação.
Um Marco para o Futuro das Indústrias Criativas
O Seminário de Políticas para Economia Criativa: G20 + Ibero-América se consolidou como um marco importante na promoção do diálogo entre países sobre o futuro das indústrias criativas na América Latina e no mundo. Ao reunir especialistas, autoridades públicas e agentes culturais, o evento proporcionou uma plataforma rica para a troca de ideias, identificação de desafios e elaboração de estratégias conjuntas para um futuro mais criativo e próspero.
03 de September de 2024